4 de julho de 2010

"Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome."


Clarice Lispector, é uma das raras escritoras que desliza sobre as palavras e usa todas suas propriedades mágicas para seduzir o leitor, dizem que seus encantos são naturais de sua misteriosa alma feiticeira, mas na verdade são apenas os mais complexos sentimentos do ser humano, se libertando sobre uma folha de papel. Clarice nasceu como Haia Lispector, e ChechelnyK na Ucrância em 10 de dezembro de 1920 e faleceu no Rio de Janeiro em 9 de dezembro de 1977. Começou a "pintar" suas palavras desde que aprendeu a ler, sempre foi uma criança muito fantasiosa, cheia de sonhos e isso a levou a criar suas primeiras estórias. Na adoslecências decidiu que definitivamente levaria a escrita consigo, o que acarretou no desenvolvimento de uma linha mais introspectiva, que buscava exprimir através de seus textos as agruras e antinomias do ser. Suas obras caracterizam-se pela exacerbação do momento e intensa ruptura com o enredo factual, a ponto de a própria subjetividade entrar em crise.

Escrever as entrelinhas

" Então escrever é o modo de quem tem a palavra como isca: a palavra pescando o que não é palavra. Quando essa não palavra - a entrelinha - morde a isca, alguma coisa se escreveu . Uma vez que se pescou a entrelinha, poder-se-ia com alívio jogar a palavra fora. Mas aí cessa a analogia: a não-palavra, ao morder a isca, incorporou-a. O que salva então é escrever distraidamente."

Esta pequena crônica está reunida com tantas outras na obra A Descoberta do Mundo. É um livro fascinante, num encontro consigo mesma, Clarice sabe com maestria conduzir e consolar o leitor, é fácil ler suas palavras, encontrar um pouco de nós mesmos e enxergar a humanidade contida nelas. E é com este sentimento, que volto aqui no Confissões Desajustadas para compartilhar a emoção que é ler e conhecer Clarice Lispector, "confesso" que para mim é um grande consolo ter a oportunidade de carregar um livro dela nas mãos, principalmente nos momentos em que não encontramos respostas para grandes questões... Clarice acaba nos mostrando a face mais profunda da vida, aquela que para muitos olhos passa despercebida, que é porém a face mais preciosa - a alma.

Despeço-me aqui, indicando uma bela entrevista com esta grande autora, que com simplicidade se dizia apenas ser uma amadora da escrita...


Parte I



Parte II



Parte III



Parte IV



Parte V


0 Outras confissões...:

Postar um comentário