16 de janeiro de 2011

O CONFESSIONÁRIO COM ÁTILA SIQUEIRA


O CONFESSIONÁRIO abre as cortinas pela primeira vez e apresenta neste palco o blogueiro, contista, poeta e romancista Átila Siqueira, nascido em 04 de setembro de 1983 em Contagem no estado de Minas Gerais. Atualmente, mora em Belo Horizonte, onde segue equilibrando sua carreira de escritor com a de historiador. Atíla, me emprestou um pouco do seu tempo e me respondeu algumas perguntas sobre seu universo literário, então, suas palavras agora entram em cena...

C.D.: Átila, você é um jovem escritor que usa a internet para divulgar seus trabalhos literários. Conte-nos um pouco sobre seu início e suas publicações.

Átila: Bom, eu comecei a escrever quando eu tinha 13 anos, a início mais mesmo para expressar meus pensamentos.Geralmente eu escrevia pequenas poesias e textos críticos. Depois eu passei a escrever pequenos contos e poemas mais longos, sobre a influência de textos de aventura, até que decidi escrever meu primeiro livro. Acho que as duas primeiras tentativas de um primeiro livro fracassaram e não deram em nada, mas na terceira tentativa a história tomou um pé e cresceu e aí eu consegui escrever o livro. Ele chama-se Os Libertadores, ambientado na França do século XIII, mas nunca foi lançado, pelo menos por enquanto. Depois que eu terminei esse livro eu continuei escrevendo poemas e comecei a escrever o primeiro livro do Vale dos Elfos, em meio a muitos contos dos quais muitos ainda não foram publicados. Na época em que eu estava para lançar o primeiro livro do Vale dos Elfos eu conheci a Academia Brasileira de Jovens Escritores, e lancei alguns poemas e contos meus nas suas antologias. Nessa mesma época, um pouco antes, eu comecei também a trabalhar com o meu blog, chamado Ásgard: Terra da Poesia , onde eu divulgo alguns dos meus poemas e partes dos meus trabalhos. Assim, eu posso dizer que eu comecei muito cedo e que fui crescendo junto com as minhas obras, passando pelas dificuldades que acredito serem normais aos autores brasileiros, e fui cada vez mais aperfeiçoando aquilo que eu tanto amo fazer, que é escrever.


C.D.: Dentro dessas dificuldades, quais os motivos que o impulsonaram a levar a escrita em frente, sabendo que aqui no Brasil a literatura andou sempre fazendo parte de um pequeno grupo intelectualizado?

Átila: Primeiramente, a própria vontade de escrever, pois eu sou uma pessoa que não consegue mais ficar um dia sem escrever. Depois, a vontade de fazer algo especial, de contribuir de alguma forma mais significativa para o mundo e ao mesmo tempo dar uma direção para a minha vida, dar um sentido para ela. Mesmo com toda a dificuldade eu entendo que a literatura é algo que vale a pena, que vale a pena batalhar para continuar criando boas coisas, que vale a pena me tornar uma pessoa cada vez mais consciente do mundo e formadora de opinião.
E u sempre acreditei que na vida as pessoas devem fazer coisas grandes, e sempre gostei dessa coisa de intelectualidade, de tentar entender o mundo e de tentar melhorá-lo, e, é por isso que eu continuo, pois acho que minha literatura também sempre tem uma forte conotação ideológica e social, como toda boa literatura tem que ter.

C.D.: Átila, aqueles que tiveram a oportunidade de conhecer seus trabalhos, principalmente seu romance o VALE DOS ELFOS I, perceberam um forte influência de clássicos da literatura fantástica, entre eles a obra de Tolkien, O SENHOR DOS ANEIS. Esclareça para nós mais sobre essa escolha e inspiração.

Átila: Bom, eu sempre amei literatura fantástica, sempre foi minha primeira influência, mas, diferente do que todos pensam, Tolkien não foi a minha maior influência, pelo menos não de início, pois na minha juventude o meu livro de cabeceira era na verdade a Ilíada de Homero. Quando eu comecei a escrever Vale dos Elfos a minha intenção era muito mais fazer algo semelhante a Ilíada, principalmente no que se refere a parte das batalhas e as intervenções dos Deuses e também na parte da mitologia. Porém, eu também sempre fui apaixonado pela mitologia nórdica e passei a conhecer a obra de Tolkien, que também muito me influenciou e me influencia cada vez mais a partir do momento que eu continuo lendo-o.
Assim, o que aconteceu é que ao construir o Vale dos Elfos eu fui mesclando várias culturas e mitologias que eu sempre gostei, e dentre elas coloquei muitas coisas da mitologia nórdica, da qual usei como referência a obra de Tolkien, com um destaque especial para os elfos e os anões, pois meus elfos foram muito baseados nos elfos de Tolkien, e também os anões. No entanto, eu dei características muito diversas aos meus humanos e diversos grupos de humanos, como os homens alados, centauros, sátiros e outros, além de ter dado uma forte conotação ideológica aos livros.
Mas, a inspiração de Tolkien de fato me é muito forte, sobretudo no que se refere ao tema, já que ele inovou como ninguém ao escrever literatura fantástica. Então, o que eu quis com o meu livro foi criar uma versão de mundo que pudesse dar um passado mítico para o mundo, buscando interagir com o máximo possível de culturas e mitologias, daí eu ter por exemplo, colocado os vampiros na história. É importante lembrar também que muitas das minhas inspirações não vieram da literatura fantástica em si, como é o caso de Hamingway, Jostein Gaarden e Neruda, sendo que quando eu comecei a escrever romances o meu sonho era escrever como Jostein Gaarden, misturando filosofia, mitologia, tudo em uma história interessante que fizessse as pessoas pensarem e problematizarem o mundo a sua volta. E no fim das contas foi isso mesmo que eu tentei fazer com Vale dos Elfos.

C.D.: Bem, Átila, vimos que os propósitos de seu romance se somatizam com os conceitos de vários clássicos. Fale- nos um pouco sobre a influência do RPG, o jogo no qual os participantes viram personagens, na literatura fantástica. Você acha até que ponto isso pode acrestar no desenvolvimento da fantasia, principalmennte aqui no Brasil, vendo que muitos autores começaram seus momentos criativos nessse tipo de jogo.

Átila: Bom, eu nunca joguei RPG, e, a única vez que vi esse jogo em andamento foi no segundo semestre de 2009, em meio a amigos que jogam. Porém, como eu sempre gostei de mitologia eu sempre frequentei sites sobre RPG e muitos deles me influenciaram em vários quesitos, principalmente por causa das boas descrições técnicas que eles colocam nas fichas. Mas no geral eu acho o RPG é uma coisa bacana, uma cultura interessante e um jogo muito bom por fazer o indivíduo interagir com aquele universo proposto. Quando eu era mais novo joguei algumas vezes um jogo de cartas chamado Magic, que se baseia no RPG mas não é um, e que tem como tema a fantasia. Esse jogo me influenciou muito mais na minha escrita do que o RPG em si, mas acho que de maneira geral tudo me influenciou um pouco, RPG, magic, literatura de vários tipos, filosofia, cinema, teatro, música, enfim tudo.

C.D.: Podemos esperar tudo isso na segunda parte do VALE DOS ELFOS?

Átila: Acho que sim, a segunda parte ficou muito legal (pelo menos a meu ver) já que ali eu narro o que acontece em outros pontos do Mundo Conhecido com relação a guerra que se forma, tendo como o fim a tão esperada batalha no muro dos Homens Alados. Eu me influenciei em muitas coisas para escrever essa parte do livro, que começa a mostrar um pouco mais das outras influência para além da literatura nórdica, porém, o terceiro livro, que eu já estou editando e que já está pronto faz muito tempo, mostra ainda mais essa versatilidade de influências que eu sofri, pois ele fala das guerras internas nas Terras Centrais, então, mostra as várias culturas que eu fiz questão de representar no livro, todas elas interagindo naquele único mundo.
Mas para mim o importante é que o livro ficou como algo que faz as pessoas pensarem, acho que esse sempre foi o objetivo final da minha literatura, ao mesmo tempo mostrar a minha imaginação e a forma como eu vejo o mundo mas também fazer com que as pessoas pensem por si mesmo, aguçar o pensamento, pois sempre fui contra a passividade e sempre fui a favor das pessoas terem um aguçado senso crítico. Enfim, eu acredito que Vale dos Elfos II vai agradar, assim eu espero.

C.D.: Átila, fale mais das surpresas que você estar preparando para o segundo livro, como as ilustraçoes e seu artista.

Átila: Bom, em 2010 eu tive o prazer de conhecer o ilustrador Wander Lara, que tem mais de 40 anos de carreira e obras magníficas em seu ateliê. Conversamos muito e ele gostou muito do meu livro, de forma que ele se ofereceu para fazer a ilustração da capa do segundo livro. Eu aceitei com muito prazer e fiquei muito agradecido, e assim começamos a trabalhar na capa. De início eu fiz uma proposta escrita de como poderia ser a capa, com uma cena do próprio livro que eu achava que ilustraria bem . Ele trabalhou em cima da proposta e a modificou um pouco, pois eu lhe dei toda a liberdade para trabalhar em cima da minha proposta. Assim, aos poucos nós acertamos os detalhes da capa e o Wander também se ofereceu para fazer algumas ilustrações internas, que a início seriam cinco. Eu então descrevi os personagens e ele começou a desenhá-los, mas depois decidimos que seriam somente três ilustrações ao invés das cinco, devido ao tempo, para não atrasar na publicação do livro. O Wander então fez os três desenhos a mão, todos em preto e branco e a lápis. São desenhos lindos no original e que as reproduções não chegam a fazer juízo as obras originais devido a quantidade de detalhes.Além disso o Wander fez um retrato do meu rosto, que eu até então não divulguei ainda, mas que sairá no final do segundo livro junto com uma pequena biografia minha. Enfim, essas são as surpresas que sairão no próximo livro, sem contar que o primeiro livro, Vale dos Elfos I, será relançado com uma nova capa e com uma revisão de conteúdo, permanecendo com o mapa feito pelo antigo ilustrador, Kevin McGinnis. Enfim, as novidades são essas e eu fico muito agradecido pela dedicação do Wander e acho que o público gostará muito das obras dele feitas para o livro.

C.D.:Por fim, deixe aqui Átila, para os leitores do Confissões Desajustadas e seus possíveis leitores o convite para o lançamento do livro o VALE DOS ELFOS II.

Átila: Bom, eu gostaria de convidar a todos para o lançamento do Livro Vale dos Elfos II, que ocorrerá no dia 08 de fevereiro na Cervejaria Zero Grau. Lá eu convido a todos não somente para conhecer o meu trabalho mas também para ver a exposição que o Wander Lara oferecerá com as obras feitas para a composição do livro, e também para bater um bom papo comigo e com as demais pessoas, em uma noite alegre e descontraída onde poderemos discutir literatura e conversar sobre cultura de maneira geral. Espero todos lá e desde já fico agradecido pela presença dos amigos.

C.D.: Agradeço a voce Átila pode ter aceitado o convite para a primeira entrevista literária de O CONFESSIONÁRIO e por ter disponibilizado seu tempo para falar de voce e seus trabalhos para os leitores de Confissões Desajustadas. Desejo que tudo ocorra bem no lançamento do seu livro e que ele alcance sucesso.

Átila: Eu que agradeço muito pela oportunidade. Fiquei muito feliz com a conversa que tivemos!


Vale dos Elfos - Volume I


Vale dos Elfos - Volume II


CONVITE

Ásgard: Terra da Poesia por Átila Siqueira. Visite!


Laísa C.


3 Outras confissões...:

Unknown disse...

Adorei conhecer um pouquinho mais do autor! É muito importante a divulgação dos autores nacionais, temos excelentes autores por aqui!!!

Lucas Lopes Valadares disse...

Fiquei muito feliz ao ver o reconhecimento do trabalho deste nobre amigo.
Sem a ajuda de Átila eu mesmo não teria publicado meu primeiro livro.
Desejo sorte nesta nova etapa!
Parabéns a entrevistadora pelo blog!
Abraços

Laísa Couto disse...

Fico contente por estarem apreciando esta entrevista, aguardem mais novidades!

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