6 de maio de 2011

Letra e Novela

Desde que comecei no ofício da escrita em 2005 passei a despertar pouco interesse por telenovelas, coisa que até então eu acompanhava. E ainda hoje pouco paro diante da Tv para me deixar levar pelos devaneios teleromânticos.

Mesmo meio distante desse mundo, não me desligo totalmente dele. Recentemente a rede Globo lançou Cordel Encantado, a nova novela das "18hs", escrita por Duca Rachid e Thelma Guedes. Aquele universo lúdico de reino e sertão logo me interessou, a qualidade da imagem e dos figurinos, tudo impecável para contar a história de o romance entre uma princesa perdida e o filho de um cangaceiro.

Confesso que mesmo gostando do fluxo do roteiro, tenho pecado em acompanhar os capítulos, perco sempre uns três ou quatro por semana... Mesmo assim aprecio quando possível e fico alí esperando Maria Cesária aparecer, a pobre menina mutala que tem o dom de encantar o rei Augusto pelo paladar. A cozinheira da casa do prefeito logo ganhou admiração do soberano de Seráfia e ele apaixoina-se por ela, uma moça que se julga ignorante para se tornar uma nobre. Mas o rei vê em Cesária o que ela mesma é incapaz de ver, a sua nobreza em virtudes, a pureza, o coração livre, a ingenuidade sonhadora....

Maria é imaculada em seus próprios medos. Sua insegurança transpassa leveza e humildade. E ela poderia ser a anti-heroína, a que era zombada pelo pai, a que não tinha nada de especial, só apenas seu dom de fazer suas coisas com carinho. Para mim Maria Cesária torna-se mais interessante que a própria princesa Aurora (Açucena), por isso os autores fazem a cozinheira do prefeiro de Brogodó galgar um degrau maior que seu coração poderia sonhar.

Mas o que me levou a escrever esta postagem foi o tema musical que embala o romace entre a cozinhera e o rei. Se um dia eu viesse a compor uma música gostaria que fosse como a que ecoa quando Maria Cesária aparece. "Quando assim" traduz a alma da personagem, a voz da cantora e compositora Núria Mallena é comovente e passa todo sentimento da letra.


Quando Assim


Quando eu era espera, nada era,
nem chovia, nem fazia.

Só sentiu que a calma,
não acalma,
quando só há solidão.

Quando eu era estrela,
era inteira, na mentira,
que eu dizia...

Ser o que não era,
convencia dentro da
minha ilusão.

Quando eu fui nada,
faltou nada,
tudo pronto pra escrever...

Eu não sabia buscar,
foi quando apareceu
o que eu quis inventar
pra preencher o meu
mundo particular
no peito que era seu,
no seu mundo não há
mais nada que não eu...

já sei dizer que o amor,
pode acordar...


Núria Mallena





Esperam que tenham gostado!
Até a próxima!
Laísa C.

2 Outras confissões...:

Gabriela, sempre Gabriela disse...

Oi Lah, adorei a "recomendação". A música é linda e seu post despertou minha curiosidade pela novela. Comecei a assistir e estou encantada com a criatividade da história que traz parte dessa riqueza que é cultura brasileira da qual eu tenho muito orgulho de estar inserida.
Parabéns pelo cuidado com o blog ;)
Bju

Laísa Couto disse...

Oi Gabi, fico feliz com sua visita. A música é linda mesmo e temos orgulho de a compositora ser brasileira, tanto quanto a dramaturgas de Cordel Encantado.
Espero seu retorno.

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