27 de janeiro de 2012

Trovão



Nessa noite sombria, minha voz é a única a soar entre os ventos - em gritos, em lamentos. Como lâmina de aço, meu canto corta o céu em pedaços, quebrando todos os sonhos, dividindo todos os corações – em fogo, em cristais, em lágrimas.

O furacão nunca dança devagar, violento, parte com minhas melhores lembranças, abandona os castelos de espinhos junto à minha casa – de pó, de estrelas, de ruínas. É uma tormenta que adormenta meu pequenino coração, que caminha a tranqüilos passos – falsos, gastos e vastos.

Essa noite não é minha, sob essa terra desconhecida. Não pertenço ao mundo, pois sou trovão, sou lágrima em profusão! Estouro em fúria, canto em tempestade, movo as pedras, arrebento junto ao mar...

Meu grito estremece e permanece mudo, a trovoada é uma canção sem ritmo para dançar. E minha voz sob a ira da desilusão será apagada junto às cartas não lidas, esquecida junto à memória, emudecida junto aos próprios gritos - feitos de asas, de canção atormentada, de éolo bravo, de palavras laminadas, de trovão sem razão, cantiga perigosa que recito para o meu coração...


Laísa C.

1 Outras confissões...:

Luana Melo disse...

Oi Lah!!!

Eu fico presa quando leio estes teus poemas viu?
Como vão as novidades parceira!?
Espero que tenhas ótimas notícias! Estou morrendo de saudades de ler LAGOENA!
Mil Beijos*

http://luahmelo.blogspot.com

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