Poesia Morta
Choram
minhas lágrimas. Choram minhas vidas. Choram minhas palavras – cristais
condensados em eras perdidas.
Morrem os amores. Morrem
todas as dores. Morrem as canções que
cantei para meu coração – poesias inúteis na vastidão.
Trovejam os lamentos.
Trovejam as memórias desoladas e inglórias – passado noturno contado em
estórias.
Voam os pássaros negros.
Voam os ventos queimados. Voam meus
hálitos enregelados e meus passos embaraçados.
Caem as pedras. Descem as
montanhas. Afundam os mares. Explodem os mundos. Ladram os cães – é a Ira de
Aura sobre a Terra Secreta.
Secam minhas veias. Secam as
rosas no jardim. Secam minhas naturezas mortas. Secam tudo, dos versos do
início até o suspiro do fim.
0 Outras confissões...:
Postar um comentário