16 de julho de 2014

Descobrindo minha pressa





 
Pressa


Estou perdida num movimento inconstante, num instante de desassossego.

Orbito entre os astros, caminho entre o céu e o inferno e no nada continuo a vagar.

Tenho pressa contida, rumo incerto na palma da mão. O destino brinca matreiro, consolando-me com palavras de sonhos alheios.

Ai de mim, que vou sempre à procura do fulgor eterno das estrelas, que miro o mundo das pequenas janelas dos olhos negros ditos meus.

Em caos transito no seio do labirinto, entre esquinas, entre passos, entre tropeços, entre espasmos de loucura.

Entre mundos navego, navego no mar negro, sombra e ira calejam meus dados, o coração já não mais sangra, seco.

Cuido sempre de ir em frente sem deixar o atrás, arrastar os espinhos, pisar pedras, subir montes e nunca alcançar minha urgência.

Laísa Couto

3 Outras confissões...:

Kyanja Lee disse...

Muito belo o seu poema, Laisa! Você tem uma alma inquieta, de poeta desassossegada e melancólica. Seus sentimentos afloram, incontidos em palavras aflitas. Belo, muito belo!

Laísa Couto disse...

Obrigada pela visita, Kyanja.
Escrever é isso aí, sacudir a melancolia da alma.

Betania Martins disse...

profundo e claro...

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