Estava procurando algumas anotações antigas sobre o livro que estou escrevendo, Lagoena - A Feiticeira do Espelho, e encontrei esse texto perdido entre as folhas. Nem lembrava dele, cheguei a duvidar que fosse meu e até procurei a autoria no Google. É, eu mesma escrevi. Então, resolvi publicar aqui no blog.
Retrato calado
Meu sorriso é mudo.
Corre no vácuo um grito.
O destino atravessa na teia, no risco.
No espelho, a sombra do infinito.
Nos lábios, o balbuciar aflito.
É agudo o instante
que corrompe formas,
dissolve eras.
E engole o reflexo do teto
debaixo do travesseiro.
Olhos, imagem em branco.
Códigos de raízes e brumas,
na superfície de uma pele nua.
Retrato calado.
Fardo.
Trama do mundo.
O outro lado.
De um caminho sem trato.
Laísa Couto
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